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Castro Alves a biografia do Poeta Romântico da Abolição

Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), foi um poeta brasileiro. Representante da terceira geração do movimento Romântico literário. Frequentemente colocava em suas poesias a indignação frente aos problemas sociais de seu tempo. Além disso, defendeu as grandes causas da liberdade e da justiça ,assim também ficou conhecido como o Poeta dos escravos.

Patrono da cadeira número 7, na Academia Brasileira de Letras, morreu ainda jovem, vítima de tuberculose. Publicou apenas um livro em vida.  Ainda assim é um dos principais nomes da literatura brasileira, reconhecido como a maior figura do Romantismo. Principalmente, por transformar a experiência literária em um compromisso histórico da própria nação.

Vida e carreira de Castro Alves

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Castro Alves Poeta brasileiro

Castro Alves, nasceu em 14 de março de 1847, no interior do estado da Bahia, na chamada vila de Curralinho. Atualmente o local se chama cidade de Castro Alves, em homenagem ao poeta. Filho de um médico, mudou para Salvador, ainda pequeno, para o pai lecionar na Faculdade de Medicina.

Sua mãe, faleceu quando tinha 12 anos, logo depois recitou sua primeira poesia, em uma festa na escola. Aos 15 anos, muda para a cidade de Recife, e inicia seus estudos preparatórios para ingressar no curso de direito.

Logo, ao chegar em Recife, encontra um clima abolicionistas e uma emergência de ideais republicanos. Então, recebeu influências do filósofo e escritor Tobias Barreto e posteriormente, publica o poema, “A Destruição de Jerusalém”, no jornal do Recife. Como resultado, sua obra recebeu muitos elogios.

Em fevereiro de 1864, seu irmão se suicida, logo depois, Castro Alves, ingressa na Faculdade de Direito do Recife. Sua vida universitária, é marcada pela participação ativa em movimentos estudantis e literários. O que, em seguida, resulta na publicação de seu primeiro poema contra a escravidão, intitulado “A primavera”.

Nesse mesmo ano a tuberculose dá os primeiros sinais, o que o leva de volta a Salvador para cuidar de sua saúde. Retorna a Recife , posteriormente, em março de 1966, então Juntamente com a Rui Barbosa e outros colegas, , funda uma Sociedade abolicionista. Simultaneamente, escreveu os poemas que formariam o livro “Os Escravos”.

Ingresso na Literatura

Em 1868, vai ao Rio de Janeiro, onde conhece Machado de Assis, que em seguida ajuda a ingressar nos meios literários. Nesse mesmo ano, retorna aos estudos do Direito, na universidade do Largo do São Francisco em São Paulo. É na capital paulista que faz a primeira apresentação pública de “O navio negreiro”, primeiramente intitulado “Tragédia no mar”.

Castro Alves  e a vida amorosa

Castro Alves teve alguns relacionamentos amorosos ao longo de sua vida, embora nenhum tenha sido particularmente duradouro. Sua paixão mais conhecida foi por Eugênia Câmara, uma jovem com quem teve um romance intenso enquanto estudava em Recife.

No entanto, o relacionamento chegou ao fim quando Eugênia se casou com outro homem, o que teria causado grande sofrimento ao poeta. Alguns estudiosos acreditam que essa experiência amorosa influenciou sua poesia, especialmente em alguns de seus poemas mais melancólicos.

Além de Eugênia, há poucos registros de outros relacionamentos amorosos de Castro Alves. Ele teria tido uma breve paixão por uma jovem chamada Maria Célia, mas a relação não durou muito tempo.

Em geral, a vida amorosa de Castro Alves não é tão conhecida quanto sua produção literária e sua luta abolicionista. O poeta morreu jovem, aos 24 anos, vítima de tuberculose, o que pode ter limitado suas oportunidades de estabelecer relacionamentos mais duradouros.

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Castro Alves e o Acidende

Devido a um acidente de caça, em 1870, Castro Alves, volta para Salvador com o pé gravemente machucado,  posteriormente precisou ser amputado. O fato, fragilizou a sua saúde e agravou seu quadro de tuberculose. Nesse meio tempo, enquanto esteve recluso, o autor finalizou e publicou a obra “Espumas Flutuantes”. Por fim, o autor morre em 1871, aos 24 anos, vítima da tuberculose.

Principais Obras de Castro Alves

Castro Alves morreu muito jovem, portanto, suas principais obras ficaram conhecidas após a sua morte, dentre elas:

  1. “Espumas Flutuantes” (1870) – sua primeira coletânea de poemas, na qual já se percebe a presença de temas sociais, como a crítica ao sistema escravocrata.

  2. “Os Escravos” (1883) – peça teatral escrita em cinco atos, que apresenta a luta dos escravos pela liberdade.

  3. “Navio Negreiro” (1869) – poema que se tornou um dos mais conhecidos e impactantes da literatura brasileira, retratando as condições desumanas dos escravos durante o transporte da África para o Brasil.

  4. “Vozes d’África” (1876) – coletânea de poemas que exalta a cultura africana e denuncia a crueldade da escravidão.

  5. “Gonzaga” (1875) – poema que narra a história de amor do poeta lírico português Tomás Antônio Gonzaga e Marília de Dirceu.

Importância de Castro Alves para a história do Brasil

Castro Alves ficou conhecido, sobretudo, por transformar em poesia e drama, o mundo a sua volta. Sua obra pode ser eventualmente dividida em duas grandes temáticas: a poesia lírico-amorosa e a poesia social e das causas humana. Nesta segunda temática, descreveu com intensidade os grandes episódios históricos do seu tempo. Primordialmente a luta de classes, a marginalização e opressão da população a população mais pobre e, principalmente, o abolicionismo, foram frequentemente retratados em seus versos.

O poema O navio negreiro, se tornou o mais conhecido de Castro Alves, por sua importância histórica e política. O autor foi um pioneiro em retratar a figura do negro e escravo como herói, Ou seja integralmente humano. Nesse sentido, sua poesia se aproxima da retórica, fato que resulta em um poder de fácil comunicação, trouxe ao romantismo uma vertente social e revolucionária, que o aproximou do Realismo.

Acima de tudo, Castro Alves, conseguiu antecipar em quase um século pautas que atualmente ainda são muito debatidas. O seu entusiasmo e dedicação, em favor de causas sociais, e os valores de justiça que defendia, moveram sua própria vida, bem como deixando um legado reconhecido até os dias de hoje.

Referências

AZEVEDO, Vivente de. O poeta da liberdade. São Paulo: Clube do Livro, 1971.

BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2015.

MARQUES, Xavier. Vida de Castro Alves. Annuario do Brasil, 1924.

TOLMAN, Jon M. Castro Alves, poeta amoroso. Luso-Brazilian Review, v. 12, n. 2, p. 241-262, 1975

Bibliotecária e mestre em ciência da Informação pela Unesp, estudante de psicologia. Curiosa pela vida, apaixonada por histórias reais.