Tarsila do Amaral: Entenda como a artista retratou a essência do Brasil em ARTE
Biografia de Tarsila do Amaral, artista que participou ativamente na implantação do modernismo brasileiro. Por isso é um dos nomes mais importantes da arte no país.
Suas obras retratavam o Brasil em sua essência. Isto é, a cultura brasileira a partir de sua formação. Ela estampou a arte popular juntamente com as raízes indígenas e africanas.
Seu papel é fundamental na transformação da arte brasileira. Isto é, além da beleza e técnica exímia, sua obra inspirou a produção artística posterior. Além disso, foi um das protagonistas na formação da identidade da arte no Brasil.
Infância e juventude:
Tarsila do Amaral nasceu em Capivari, São Paulo, no dia 1 de setembro de 1886. Era filha de José Estanislau do Amaral, que era fazendeiro, e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Portanto, ela passou seus primeiros anos nas terras de seu pai.
Iniciou seus primeiros estudos no Colégio Sion, em São Paulo. Logo depois foi para Barcelona, na Espanha. Em 1904, em terras ibéricas, Tarsila pintou seu primeiro quadro. Isto é, o “Sagrado Coração de Jesus”, já com trações de seu estilo modernista.
Formação e influências
A biografia de Tarsila do Amaral tem seu marco quando ela volta para a Europa. Isto é, em Paris, no início da década de 1920, a pintora conheceu grandes nomes da arte do Velho Mundo.
Em Paris, Tarsila pode trocar ideias com o poeta Blaise Cendrars. Porém o encontro mais importante foi com Fernand Léger, um ícone do cubismo. Ele que se impressionou com a tela “a Negra” da pintora brasileira. Inclusive ele usou esta obra em suas aulas.
Através do mestre cubista, Tarsila do Amaral estabeleceu contato com outros grandes nomes da pintura. Por exemplo: Lhote, Gleizes e inclusive, Pablo Picasso. Essas interações determinam muito o processo de evolução e constante transformação na sua arte.
Nesse período, Paris recebeu outros artistas brasileiros. Assim, Tarsila promovia almoços com feijoada e caipirinha. Lá se encontravam o compositor Villa Lobos, o pintor Di Cavalcanti e até o inventor Santos Dumont.
Obras e estilo
Tarsila do Amaral agregou o modernismo europeu às principais características culturais brasileiras. Assim ela elaborou um estilo próprio. Ou seja, o seu estilo pode-se chamar de Tarsila. Inclusive marcou a História da Arte através das paisagens do Brasil que ela retratou.
Sua característica principal era a criação de formas simples que ganhavam vida com cores fortes. Assim, ela representou a topografia e arquitetura brasileira em sua obra. Além disso, a pintora criou uma linguagem visual através das figuras geométricas, do brasileiro comum, da fauna e da flora expostas em suas telas.
“A Negra”
“A Negra” (1923) é uma tela importante para Tarsila do Amaral, além de ser fundamental na arte brasileira. Pois é uma das primeiras obras da pintora e foi aquela que encantou Fernand Léger. Essa foi a pintura com a qual a artista se libertou totalmente do tradicionalismo.
É uma tela de 100,00 cm x 80,00 cm em que mostra uma mulher preta em traços desproporcionais. Por sua vez ela retrata o protagonismo feminino negro na formação da cultura brasileira.
“Abaporu”
O “Abaporu” (1928) é uma das obras mais famosas, não só de Tarsila, mas do cenário artístico mundial. Assim representa com grandeza o movimento antropofágico brasileiro.
Trata-se de uma tela com pintura feita a tinta óleo com dimensões de 84 cm x 73 cm. A desproporcionalidade da figura representada destaca-se sobre o fundo amarelo. Essa obra revela a intensidade da cultura e a paisagem do Brasil. Por sua vez, sob técnicas cubistas e futuristas.
Vida pessoal
Tarsila do Amaral casou-se com André Teixeira Pinto. Assim, juntos tiveram a única filha, Dulce. Porém alguns anos depois, eles se separam. Já em 1926, casou-se com Oswald Andrade, seu então namorado.
Mesmo, permanecendo juntos somente 4 anos em seu casamento. A relação dos dois tem sua influência no modernismo e na evolução do movimento antropofágico brasileiro.
Depois que separou-se de Oswald, Tarsila dirigiu a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Logo depois, ficou presa por participar de reuniões do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Nessa época namorou o psiquiatra Osório César, também membro do Partidão.
Em 1933 namorou o escritor Luís Martins. E de 1936 até 1956 foi colunista em um importante jornal da capital paulista. Sua morte ocorreu em 17 de janeiro de 1973, na cidade de São Paulo.
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Legado
Além do legado artístico que se retratou neste artigo. Tarsila do Amaral influenciou a própria cultura. Sobretudo no aspecto da liberdade da mulher, além de levantar questões sociais.
Em suas obras, ela deu voz a quem estava no reverso da história. Assim Tarsila trouxe uma nova arte para o Brasil. Ao mesmo tempo demonstrou que a partir da cultura se pode promover novas perspectivas.
10 Curiosidades sobre Tarcila do Amaral
- Tarsila do Amaral nasceu em uma família abastada de fazendeiros de café em São Paulo, e sua avó paterna era uma princesa da realeza brasileira.
- Ela estudou escultura em Paris, onde conheceu artistas como Pablo Picasso e Henri Matisse, que influenciaram sua arte.
- Seu quadro mais famoso, “Abaporu”, foi criado como um presente de aniversário para o escritor e poeta modernista Oswald de Andrade, seu marido na época.
- Tarsila foi uma das primeiras artistas brasileiras a se engajar politicamente, e foi uma das fundadoras do Partido Comunista Brasileiro.
- Ela escreveu um livro de memórias, “Tarsila por ela mesma”, que foi publicado postumamente em 1986.
- Tarsila teve uma breve carreira como atriz, atuando em um filme de Oswald de Andrade chamado “A Mesa”.
- Ela foi casada com o escritor Oswald de Andrade, um dos principais líderes do movimento modernista no Brasil.
- Tarsila era amiga próxima de outros artistas modernistas brasileiros, como Anita Malfatti, Mário de Andrade e Heitor Villa-Lobos.
- Uma de suas obras mais famosas, “Operários”, é uma crítica à exploração do trabalhador no Brasil e foi uma das primeiras obras a retratar a classe trabalhadora na arte brasileira.
- Tarsila do Amaral é considerada uma das artistas mais importantes da história do Brasil, e suas obras continuam a ser celebradas e estudadas em todo o mundo.
Referências:
