Biografia Dr. Wu Lien Teh
Dr. Wu Lien Teh Nascido em 10 de março de 1879, em Penang, na Malásia, Wu Lien Teh pertencia a uma família de imigrantes chineses composta por onze filhos no total, sendo cinco meninos e seis meninas. Tornando-se médico na vida adulta, Wu foi o responsável pela criação de medidas de combate a pandemias aplicadas até a atualidade, sendo a principal pelas o uso de máscaras de proteção.
Wu Lien Teh faleceu no dia 21 de janeiro de 1960 em decorrência de um derrame cerebral, mas sua contribuição para a área da saúde é ainda lembrada e homenageada, principalmente após a pandemia de COVID-19.
Educação e carreira de Dr. Wu Lien Teh
A educação básica de Wu foi realizada na Malásia em colégios de sua cidade. Quando tinha 17 anos recebeu uma bolsa de estudos para cursar medicina em Cambridge, no Reino Unido e concluiu o curso com dois anos de antecipação, além de receber vários prêmios acadêmicos.
Considerado um dos melhores alunos de sua turma, Wu seguiu na área de microbiologia e aperfeiçoou seus estudos em lugares como Paris e Liverpool.
Realizações e premiações de Dr. Wu Lien Teh
O médico foi convidado para lecionar em Cingapura em 1903, além de ter atuado na revista local e adentrado em projetos como o Instituto de Pesquisa Médica em Kuala Lumpur e a campanha contra o comércio de ópio.
Em 1907 mudou-se para a China e assumiu o cargo de vice-diretor do Imperial Army Medical College, período que antecedeu sua atuação no combate a peste Manchúria. Após este período, Wu sugeriu uma conferência internacional, que aconteceu em 1911, a fim de expor as informações advindas do combate à peste.
Wu Lien Teh fundou, em 1915, a Associação Médica Chinesa e foi indicado ao Prêmio Nobel de Fisiologia devido à sua contribuição no combate à peste. Também recebeu a indicação para a direção do Serviço de Proteção no Norte da Manchúria e a partir de 1916 presidiu a Associação Médica Nacional até 1920. Após este período o médico seguiu atuando no monitoramento de novas pandemias na China.
Legado de Dr. Wu Lien Teh
Depois de formado, Wu Lien Teh se dedicou não apenas para construir uma carreira de sucesso, mas também para contribuir positivamente nas demandas da sociedade. O médico foi o criador da máscara facial, a precursora da máscara PFF-2 e N95, após investigar e atuar no combate à peste Manchúria em 1910.
Apesar de fundamental durante a pandemia de COVID-19, a máscara nem sempre foi bem vista diante da sociedade e foi se modificando ao longe do tempo. Durante a peste bubônica, ocorrida no século XVII, os médicos utilizavam máscaras semelhantes a “bicos de pássaros” que continham ervas aromáticas na parte interior, pois acreditava-se que o mau cheiro era o responsável pela transmissão da doença. Sua evolução resultou nas máscaras cirúrgicas, que eram basicamente um pedaço de pano envolto no rosto. Por fim, muito tempo depois surgiu a máscara atual, em seu formato e utilidade.
O médico foi o responsável pela criação de uma máscara cirúrgica composta de algodão e gaze com camadas de pano e, assim, por salvar vidas e influenciar o aperfeiçoamento de medidas de proteção. Sua contribuição foi significativa para a saúde pública de modo geral, não apenas para a China, mas para o mundo todo. É considerado por alguns o “pai da medicina moderna na China”.
Qual a sua atuação na peste da Manchúria
Em 1910 a China foi atingida por uma pandemia e o Governo, devido ao grande número de mortos diariamente, procurou Wu Lien Teh para que estudasse a doença. Após a realização de uma autópsia no cadáver de um dos infectados, o médico detectou uma bactéria, a yersínia pestis. O resultado foi a descoberta de uma peste pneumônica que se espalhava por transmissão respiratória, isto é: a doença era transmitida entre os indivíduos, o que na época foi algo inovador, uma vez que a ciência acreditava, até então, que a transmissão era possível apenas através de pulgas.
A pandemia durou pouco tempo, apenas quatro meses, devido a orientações propostas pelo médico, como postos de quarentena, limitação do deslocamento da população, restrições a viagens, prática frequente da esterilização, cremação de cadáveres (apesar de ser algo mal visto pelos chineses), entre outras. A mais significativa delas foi a recomendação ao uso de máscaras de proteção. O total de mortes durante a pandemia foi de 60 mil, um número alto, mas positivo tendo em vista o número de óbitos evitados pelo médico, considerado hoje o “pai da saúde pública na China”.